quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Deserto do Atacama - Parte 1: Visão Geral

Dando continuidade às dicas de viagem no Chile, agora abro espaço para falar sobre um dos lugares mais fascinantes que já estive (e que não enjôo, não canso e quero voltar sempre): o Deserto do Atacama.

Sim, muita gente me pergunta: como você pode gostar tanto assim de um deserto? Sinceramente, não sei dizer. Foi o primeiro lugar que, de fato, viajei sozinha e fiquei comigo mesma. Além disso, a paisagem árida, misturada com o branco do sal e da neve nos cumes mais altos, com montanhas e vulcões, as lagunas no meio do mar de sal, os flamingos são simplesmente imperdíveis.

Valle de la Luna - Cordilheira de Sal
Bom, se você está aqui lendo dicas sobre o Atacama, é porque você já decidiu ir para lá! Mas tenha em mente: o viajante que deseja ir ao deserto tem que saber que se trata de turismo aventura. Então, agora vou parar de tentar convencê-los a ir e deixar as dicas falarem por si só! ;)

Vou fazer aqui a mesma coisa que fiz com Santiago: Dividir o post em três partes para não ficar muito grande! ;)

O Deserto do Atacama fica ao norte do Chile e faz fronteira tanto com o Peru, quanto com a Bolívia. É o deserto mais árido do mundo: quase não chove em razão da grande altitude e das correntes marítimas frias do Oceano Pacífico. Por isso, prepare-se: em qualquer passeio, leve sempre garrafinhas d'água (uma só não basta). Também, leve hidratante, soro fisiológico (principalmente se você tem problemas respiratórios: rinite, sinusite, etc...), colírio... São cuidados que nunca são demais, mesmo que você acabe não usando nada disso.

Uma pequena observação que pode ser de grande valia: não confunda deserto com lugar quente. De fato, a temperatura ao longo do dia no Atacama pode atingir facilmente os 40ºC. Mas a madrugada (e há passeios que saímos às 4hs da manhã), o começo do dia e a noite costumam ser bem frios. Em dezembro, quando é verão (época em que fui das duas vezes), cheguei a pegar uma temperatura de -10ºC (sim, "menos dez graus"). Portanto, ao arrumar as malas, leve roupas de frio, fáceis de tirar durante o dia e roupas leves para o longo do dia (é o famoso efeito cebola). Se você mora ou já viveu em São Paulo sabe exatamente como é (exceto que a variação de temperatura é um pouco mais extrema)!

Ainda, no Deserto do Atacama se localiza a Cordilheira de Sal, sendo uma das maiores concentrações de sal do planeta. Também, lá há diversas minas de cobre, sendo a mais conhecida a de San Jose, na qual ocorreu um acidente em 2010 e 33 mineiros ficam soterrados, sendo posteriormente todos resgatados com vida.

Após essas considerações iniciais, a primeira coisa que se precisa sabe para ir ao Deserto do Atacama é: como se chega lá?

Bom, existe diversos modos. Dá para ir de ônibus, a partir de Santiago, se você estiver com o orçamento apertado e tiver disposição, pois é uma viagem que dura 24 horas. Caso você tenha condições estiver com pouco tempo, vá de avião. Do Brasil, não há vôos diretos, logo você terá que fazer uma escala em Santiago. De lá, você pegará uma vôo para a cidade de Calama, onde fica o aeroporto mais próximo  para esta região. Existem maneiras de chegar lá vindo de outros países, por ônibus ou avião, mas creio que partindo do Brasil, estas sejam as formas mais fáceis.

Dito isto, se você for de avião, precisa saber que poderá até ficar hospedado em Calama. Mas os viajantes geralmente ficam hospedados em San Pedro do Atacama, de onde costumam partir todos os passeios para o Deserto, e é certamente o que eu recomendo. As duas cidades ficam há 102km de distância. No próprio aeroporto de Calama existem balcões para transfers de uma cidade para outra, que você pode contratar na hora. Mas numa pesquisa rápida no google, você consegue reservar o transfer com antecedência. Já fiz das duas formas. A empresa que eu recomendo, e que não me deixou na mão, é a Trans Licancabur (www.translicancabur.cl) e você já pode reservar tanto a ida quanto a volta.

Sobre hospedagem. Existem diversas opções de hotéis, hostels e hostals (pousadas) para todos os gostos e bolsos. A minha maior recomendação (levando-se em conta o parâmetro localização) é a de ficar hospedado nas imediações da Calle Caracoles, a principal de San Pedro, onde tudo se concentra: mercadinhos, hospedagem, restaurantes, barzinhos, casas de câmbio e principalmente, as agências de turismo. Mas uma vez lá, você vai perceber que não tem muito como ficar tão longe dela (San Pedro é uma cidade bem pequena).

Calle Caracoles

Mapa de San Pedro


Seguindo a minha intenção aqui do blog, falarei sobre os lugares em que já fiquei hospedada. Tive a oportunidade de ir duas vezes ao Deserto e nessas duas vezes fiquei em lugares diferentes, com pegadas diferentes, e voltaria a ficar em qualquer um deles. Ambos se localizam na Calle Domingo Atienza, esquina com a Calle Caracoles, só que de lados opostos dela.

* Hotel Poblado Kimal (http://poblado.kimal.cl/): É um hotel turístico, mas de uma categoria superior, irmão do Hotel Kimal (http://www.kimal.cl/), que se encontra na mesma rua, à sua frente. Este hotel conta com diversas comodidades (entre um e outro, pois os hóspedes de ambos podem transitar entre eles) como piscina (gelada), wifi, restaurante bar, frigobar, diversos serviços... Tem quartos amplos, confortáveis, com aquecedor (à noite faz muito frio, lembrem-se!). Mas, tudo isto tem um custo maior. Se você quer ter uma comodidade maior e tiver condições ($$$), este hotel é ótimo, e você não vai se arrepender.


* Hostal Lickana (http://www.lickanahostal.cl/): Este se insere mais na categoria de pousada e é de categoria turística simples, sem nenhum luxo e quase sem serviços (tem apenas a lavanderia e wifi). Apesar da simplicidade, o quarto que eu fiquei (para uma pessoa) era bem amplo, o banheiro era bom e tinha água quente (essencial no deserto, pois quando você chega dos passeios, sujo de areia à noite, o que você mais quer é um banho quente). O custo benefício, se você não faz questão de luxos, é um dos melhores, fora que o atendimento é muito bom. (Vou ficar devendo fotos do hostal, acabei não tirando nenhuma na época!)

#Dica da Fefa: Porque na minha próxima visita ao Atacama eu provavelmente vou ficar aqui? Bom, além do ótimo custo benefício (já que eu não faço questão de luxos) e localização este Hostal tem um gatinho (sim, você leu certo, um gatinho) muitoooo simpático e dócil. Toda vez que eu chegava dos passeios ele vinha em minha direção pedindo carinho, eu abaixava, ele pulava no meu colo e em seguida, no meu ombro, e ficava lá feito papagaio de pirata! Bom, pra quem me conhece, sabe que não precisa muito mais do que isso para ganhar meu coração! =) <3




Encerro este post por aqui! Nos próximos darei dicas sobre as atrações existentes na aridez e beleza deste deserto! ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário